Manoel Afonso é um dos principais colunistas políticos de Mato Grosso do Sul. Também é advogado, mas há mais de 20 anos dedica-se exclusivamente ao jornalismo.
Eleições: a fadiga de poder atrai surpresas, por Manoel Afonso
Políticos podem ser comparados aos aviões, formidáveis, mas com idade limite de beijar nuvens
Sexta-feira, 12 Abril de 2024 - 13:12
SENSIBILIDADE: Outra boa iniciativa do presidente Jerson Domingos, do Tribunal de Contas, consolida a imagem do órgão junto a opinião pública. É a campanha que incentiva a inclusão de pessoas com Síndrome de Down no mercado de trabalho através do slogan: ‘Incluir é SOMAR: talentos e resultados – Todo cidadão merece oportunidade no mercado de trabalho”.
ACORDA! O inimigo mais feroz dos políticos não é o adversário. É o tempo! Políticos podem ser comparados aos aviões, formidáveis, mas com idade limite de beijar nuvens. Devido o desgaste de metais da fuselagem é inevitável a ‘fadiga dos metais’. Políticos, também padecem deste mal, mas rejeitam o diagnóstico e acabam abatidos no ar.
A PROPÓSITO: A cada 2 anos a fadiga pega carona no tempo e despacha políticos com ‘horas excedentes de voo’. O exercício de memória do eleitor permite identificar em cada cidade, políticos que ignoraram ou maquiaram os sinais da fadiga. Como dizia Heráclito (540-470 a.C.): “Nada existe de permanente, a não ser a mudança.”
VEJA BEM! O processo de fadiga não atinge só protagonistas do cenário político. Acaba contaminando grupos e partidos ávidos por manter o poder custe o que custar. As vezes o eleitor decepcionado, antes cumplice do sistema, se julga também vítima e se dispõe a adotar o voto vingança ou da renovação. Pode acertar ou errar.
‘CABRESTO’: Discute-se muito se esse tipo de voto ainda sobrevive nos tempos de informação impulsionada pela internet. Que tipo de vínculo entre o político e o eleitor ainda restaria de forma eficiente? Qual a moeda de troca? Emprego, favores, ameaças ou chantagens ? Sinceramente, o que o que pensa nosso abalizado leitor?
REJEIÇÃO: É possível revertê-la? Pesquisas já monitoram a tendência do eleitor da capital. Com base nisso os marqueteiros devem avaliar a relação das candidaturas com o eleitor. Presume-se que os mestres da comunicação saibam: ‘ apenas trocar a embalagem sem alterar a conteúdo não resolve. ’ Candidato não é sabonete.
INDICATIVO: Pesquisa divulgada nesta semana pelo Instituto Ranking (registrada no TSE, nº 05481/2024) mostra opiniões sobre pré-candidatos a prefeito da capital. No item rejeição os motivos variam: uso de tornozeleira, idade, exposição em foto, inexperiência, extremismo, antipatia, incompetência. Conclusão: candidato perfeito nem por encomenda.
RETROVISOR: Já vimos por esse país afora resultados de eleições não previstos em pesquisas. Candidatos despreparados, inexperientes e de poucos recursos financeiros derrotando medalhões, candidatos tradicionais, bem estruturados. Claro que vários fatores acabam pesando, inclusive tropeços e mancadas ao longo da campanha.
ALERTA: Campanha eleitoral até lembra aquelas gincanas onde os participantes tem que cumprir uma série de tarefas. Ao final, vence o mais competente, quem consegue errar menos – é claro. Às vezes, o vencedor pode ser até aquele que começando com falhas, consegue se recuperar ao longo da maratona. Já vimos esse filme.
DOIS DESASTRES: Em 1989, Leonel Brizola ia bem na campanha para o Planalto mas se perdeu em erros primários e acabou em 3º lugar. Em 2002 o candidato Ciro Gomes era o favorito nas pesquisas, mas foi mal ao responder sobre o papel de sua mulher Patrícia Pilar na campanha. Pagou caro – ficou em 4º lugar no 1º turno.
SERGIO CRUZ: Mais uma obra de folego do dedicado jornalista “História da Fundação de Mato Grosso do Sul’, com lançamento ocorrido na Assembleia Legislativa. Sergio narra episódios interessantes na luta pela criação de nosso estado. O livro é uma fonte de conhecimento imprescindível na sua biblioteca. Muito bom.
OUTROS TEMPOS: Papo gostoso com o ex-senador Ruben Figueiró no saguão da Assembleia Legislativa. Ao seu estilo criticou o papel dos atuais partidos políticos e lembrou que antigamente os políticos tinham menos ideologia e mais coerência com os princípios partidários. E lembrou: “hoje troca-se de partido como se troca de roupa”.
FALOU! “O problema não é ser um governo de direita ou de esquerda. O problema é a estrutura gigante do estado. Governos buscam como solução o aumento da carga tributária. Pensam em tudo, menos em cortar gastos. Essa tem sido a estratégia dos governantes e o resultado é o baixo crescimento econômico. O país vem patinando com um crescimento medíocre”. ( do senador Oriovisto Guimarães – Podemos – PR)
ASSALTOS: O senador paranaense tem razão: os governos (em todos os níveis) privilegiam aumentar os impostos que vitaminam a arrecadação. O noticiário confirma essas más intenções. O caso da volta vergonhosa do DPVAT é mais um exemplo da insensibilidade administrativa. Economizar é palavra proibida no dicionário deles.
DOIS GIGANTES! Em Chapadão do Sul temos 2 pré candidatos do agronegócio: o ex prefeito Jocelito Krug (PSDB) apoiado pelo grupo do prefeito João C. Krug (PSDB) e Walter Schlatter (PP), atual presidente do Sindicato Rural, com o apoio da senadora Tereza Cristina. Em 2016 Rodolfo perdeu a disputa para João C. Krug por 576 votos.
NO RINGUE: É voz corrente que as eleições da capital e Dourados tem algo em comum sobre o clima nesta campanha. Pelas circunstâncias, nomes e interesses envolvidos, será difícil conter os ânimos. E há outro fator notório: essas eleições são ligadas umbilicalmente ao pleito de 2026. É aí que a porca torce o rabo.
PARCIALIDADE: Quanta bronca dos jornalistas da grande imprensa ao noticiar a vitória de Sergio Moro no julgamento do TRE-PR. Junto com essa notícia eles lembram ( em tom de torcida organizada) que Dallagnol teve vitória de 7 a 0 no TRE-PR e depois perdeu de 7 a 0 no TSE. É bem assim: jornalista que não é da esquerda é taxado de fascista.
DOR DOÍDA: São 13.981 pessoas na fila do SUS em MS precisando de cirurgia com especialista em ortopedia. Junto com esses dados oceânicos vem outra triste notícia: a fila de espera pela consulta pode chegar a 16 anos para os carentes de cirurgia de coluna. A nota publicada na mídia é o retrato sem retoques da saúde. Só por Deus!
PILULAS DIGITAIS:
Quem porche, porsche: quem não porsche, se ford. (Carlos Castelo)
Novas câmaras municipais com conteúdo velho? SIM!
A habilidade é de pouca importância sem a oportunidade. (Napoleão Bonaparte)
Você terá tempo para descansar quando você estiver morto. (Roberto de Niro)
Fila de espera por consulta de ortopedia chega a 16 anos em MS. (Correio do Estado)
O medo cala a boca dos inocentes, faz prevalecer a verdade dos culpados. (Karl Marx)
A paz, se possível, mas a verdade, a qualquer preço. (Martinho Lutero)
Vaidade. Definitivamente esse é o meu pecado favorito. (Al Pacino)
Candidatos a vice-prefeito. A procura continua.
Lula em Campo Grande. Picanha para todos?